CO-CRIANDO ESCOLAS EM PARCERIA (Parte 3)
- Walkyria Machado
- Dec 25, 2012
- 6 min read
Updated: Jul 5, 2023
Parceria do ponto de vista do pai ou mãe
Do ponto de vista dos pais, as Sete Etapas de Formação de Parceria Criativa são:
Fase 1: O novo pai encontrando a escola;
Fase 2: O pai interessado se adaptando à escola e a sua comunidade;
Fase 3: O pai esmiuçador assimilando a cultura da escola;
Fase 4: O pai comprometido reconhecendo a escola e permanecendo;
Fase 5: O pai ativo assumindo um papel para apoiar e para ajudar na melhoria da escola;
Fase 6: O pai embaixador estendendo a escola, ao transpor seus limites e suas próprias barreiras de aprendizagem e desenvolvimento,
Fase 7: O parceiro criativo co‐criando algo novo com a escola.
Portanto, os sete processos de transformação de um pai em um parceiro são:
1. Encontrando,
2. Relacionando,
3. Assimilando,
4. Reconhecendo e escolhendo permanecer,
5. Assumindo um papel,
6. Estendendo
7. Co‐criando
Do ponto de vista da escola
As três formas de parceria e a procura de suprir necessidades econômicas, sociais e espirituais de cada indivíduo e da instituição educacional
Adultos, no entanto, carregam tendências não‐sociais que podem impedir a construção de relacionamentos frutíferos muitas vezes impingindo suas deficiências na instituição. Para superar esses obstáculos, é importante que as instituições educacionais reconheçam as leis sociais de Rudolf Steiner, as quais fundamentam o desenvolvimento das mesmas, bem como de outras instituições culturais ou espirituais. Tal desenvolvimento pessoal e da vida social ou de relacionamentos é mais rico e vibrante quando são baseados em processos de aprendizado e processos sociais que refletem os processos vitais que ocorrem no corpo humano. Neste artigo eu explorei em linhas gerais essas leis e suas implicações para a formação de parceria pai‐professor‐ escola, bem como os processos sociais e suas aplicações catalisadoras dos vários estágios de desenvolvimento de parcerias. Tais estágios são caracterizados por mover os pais ou professores do estagio inicial de entrarem em uma nova escola como consumidor de serviços educacionais e se tornarem um parceiro criativo e envolvido na tarefa de trazer a educação Waldorf ao seu pleno desenvolvimento para o benefício de todas as crianças.
O modelo das 7 Fases propõe em primeiro lugar, que o inter‐ relacionamento dos pais dentro da escola reflita três tipos de relações: econômico, social e cultural / espiritual. A participação individual na vida de uma instituição ou de um grupo dentro da instituição é o resultado do desenvolvimento de relacionamentos que refletem a necessidade básica do indivíduo interagir com ele mesmo (na vida cultural/espiritual), com a natureza (na vida econômica), e com os outros seres humanos (na vida social) (Brüll, 2002). Cada uma dessas relações tem sua própria característica. Dadas oportunidades e condições, essa interação tríplice começa em um nível básico 14 e evolui para níveis mais elevados de participação, comunicação e aprendizagem – níveis de parceria. O pai começa dentro dos limites da sala de aula, onde o interesse individual‐próprio predomina, transpondo mais tarde esses limites e adquirindo os da escola quando em estágio de parceira.
A parceria é pois uma "relação entre indivíduos ou grupos caracterizados pela cooperação mútua e responsabilidade, desenvolvida com a intenção de alcançar um objetivo específico." (Dicionário Webster) Ampliando‐se esta definição para a Parceria Criativa Pais‐Escola, parceria pode ser compreendida como a relação entre pais e professores caracterizada por cooperação e responsabilidade mútua para cumprir a missão e visão da escola. Essa parceria é concomitantemente individualizada e coletiva. Trata‐ se de interação individual no relacionamento um‐a‐um de pais e mestres e interação coletiva no relacionamento pai e corpo‐escola.
Portanto, a relação pai‐escola/escola‐pai é composta por três formas de encontros. Em um ambiente institucional, cada um desses encontros tem uma expressão externa e uma expressão interna e está sujeita às unidades anti‐sociais e sociais discutidas anteriormente:
– Atender às necessidades materiais individuais implica numa relação que tem uma expressão externa semelhante ao encontrado na vida econômica. Isto, essencialmente, fornece os meios para os pais utilizarem a educação institucional para ajudar a seu filho a se desenvolver e crescer e para a instituição existir e alcançar sua missão e objetivos.
– Satisfazer as necessidades culturais individuais implica em um relacionamento através do qual tanto a escola como os pais tentem transmitir sua compreensão cultural e espiritual e suas práticas um para o outro, oferecendo em contrapartida a possibilidade de desenvolvimento cultural e espiritual bem como o crescimento para a organização e os indivíduos que a formam.
– Suprir as necessidades individuais sociais para interagirem com outros seres humanos implica em uma relação que é de natureza social, exteriormente expressa em normas sociais, políticas e procedimentos e interiormente expressa através do desenvolvimento de genuíno interesse, a confiança mútua e reciprocidade nas ações.
No nível institucional esse três lados são expressos na trimembração da escola, no princípio básico para o desenvolvimento de parcerias em organizações, o qual pode ser expresso da seguinte forma: “Dentro de uma comunidade escolar, quanto mais o desenvolvimento de parcerias reconhece e desenvolve seus três níveis de acordo com seus intrínsecos princípios, menos seus membros (pais e professores) agirão como consumidores dominados por interesses pessoais e mais estes se tornarão parceiros da dita instituição de ensino, ativamente engajados no cumprimento de sua missão e visão.”
Cada nível se estabelece, portanto, através de suas leis inerentes a saber:
– Parceria como uma associação filantrópica a nível econômico tem duas importantes características. Por um lado, nota‐se que quanto mais uma instituição educacional se organizar em um modelo associativo filantrópico, no qual a capacidade financeira coletiva apóia o desenvolvimento econômico‐ financeiro e da vida de trabalho da instituição, tanto mais o relacionamento pai‐escola se emancipará da tradicional relação comercial para um relacionamento de co‐responsabilidade para gerar abundância de recursos em apoio à tarefa educacional. Por outro lado, a esse axioma, pode‐se acrescentar que “quanto mais abundante os recursos trazidos para a organização e quanto mais responsável sua utilização, tanto maior a habilidade dos educadores de se manterem integralmente dentro do processo educacional e pedagógico, ensinando a partir do princípio da liberdade e criatividade.” Ao nível econômico, portanto, as partes se apóiam financeiramente, infundindo recursos que tornam a escola financeiramente viável para implementar o tipo de educação que ambos os pais e a escola querem para as crianças.
– Parceria como um aprendizado mútuo ou de desenvolvimento nos planos cultural / espiritual: Ao nível cultural / espiritual baseados na escola relacionamentos podem evoluir a partir da compreensão (e aceitação) do currículo e práticas educacionais para vivenciar uma percepção mais profunda do desenvolvimento humano, que são geralmente representados pela filosofia da escola, a missão e práticas educativas. A escola e os pais podem criativamente estabelecer parcerias culturais para levar esta missão a bom termo para o benefício das crianças, bem como para os adultos à sua 16 volta. Ao mesmo tempo, por meio dessas relações individuais, pais e professores adquirirem conhecimento e desenvolvem processos de auto‐ aperfeiçoamento.
– Parceria como uma colaboração (ou compreensão mútua) a nível social: Neste nível, as relações nas escolas são inicialmente baseadas no acordo contratual, bem como as normas das escolas, políticas e procedimentos. Quando as normas compartilhadas, confiança e reciprocidade dominam a vida social de uma escola, a relação pai‐escola evolui para uma colaboração baseada em compreensão mútua. Assim, confiança e reciprocidade tornam‐se os condutores que dão continuidade ao desenvolvimento da vida social das famílias e da escola. A partir da tarefa inicial de integração de casa e escola, os pais, professores e administração se engajam em uma verdadeira colaboração que podem reciprocamente criar pontes que conectam redes sociais e geram compreensão mútua.
Por associação as três formas de parceria estão ligadas a conceitos mais mensuráveis de capitais financeiros, sociais e culturais. No caso da instituição, o seu capital econômico é representado por seus recursos (financeiros e físicos) necessários para prestar serviços. Seu capital social é o conjunto de relações entre os membros da comunidade dentro e fora da escola. Em última análise, capitais culturais e espirituais da escola constituem a identidade da instituição, seus valores compartilhados, missão e visão. Quando cada indivíduo se integra na comunidade escolar e a comunidade escolar incorpora esses indivíduos, a aprendizagem mútua e crescimento têm um efeito catalisador para o desenvolvimento dos capitais culturais, sociais e econômicas da escola. Portanto, as três formas de parceria têm uma influência direta sobre o desenvolvimento do capital humano e institucional.
...continua...

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